O próximo carro que você comprar será vermelho cor de sangue
CORES BERRANTES NA MODA AUTOMOTIVA
Esse escândalo aí da foto causa espanto? Então, acostume-se, porque você ainda vai ter um – não o jipe, que isso não é pra todo mundo, mas um carro comum, só que também vermelho berrante.
É que esta é a nova tendência da moda automotiva para 2014. Depois da cansativa onda do branco metálico e perolizado, agora é a vez do vermelho conquistar as ruas do Brasil e de todo o mundo.
Assim como na indústria têxtil, a moda é um componente de alta relevância também para a indústria automotiva. O design externo, os componentes internos e as cores também estão nos planos das montadoras na hora de definir os novos modelos.
Com referências no mercado fashion, arquitetura, design e embalagens, a PPG Industries, fabricante mundial de tintas e pigmentos, busca nos pedidos de clientes e nos sinais do mercado quais são as cores que vão ditar a moda automotiva.
CORES VIBRANTES
Para Alex Lari Amorim, gerente de Cores e Pigmentos da PPG, até 2016, cerca de 15% dos veículos nacionais deverão ficar entre um dos diversos tons de vermelho. “Este é o último ano do branco no Brasil”, afirma.
Cores mais vibrantes como o vermelho e o laranja devem entrar em evidência. No entanto, a maior parte da pesquisa é feita em escala internacional e boa parte das cores que despertam o interesse dos europeus ou americanos não colam necessariamente por aqui.
Isso porque o brasileiro é absolutamente conservador na paleta de cores para o carro, seja pelo medo de ficar fora de moda ou pelas vantagens financeiras que o preto e o prata oferecem.
“É mais cômodo para as concessionárias que o brasileiro seja medroso na hora de arriscar outras cores. Elas ficam com o estoque manjado lá à disposição e com pouca variedade. Seria difícil manter tantas cores no estoque”, comenta Amorim.
Não por acaso, mais de 60% dos carros vendidos no País são pretos ou prata. Por isso ninguém é notado quando roda por aí. O empastelamento é regra geral.
JOGADORES DE FUTEBOL
Entre as cores que não pegam por aqui, Amorim aposta no roxo e no azul, embora ambos estejam em alta na tendência mundial. Nenhuma variação destas cores costuma agradar os brasileiros, mas a influência das celebridades pode ampliar a paleta.
Verdade, se algum jogador de futebol aparecer dirigindo um carro roxo, não tenha dúvida: é certeza de que a cor pega. “Aqui a influência da mídia é muito grande na tomada de decisão”, diz Amorim.
Ao contrário da indústria do vestuário, que renova sua cartela de cores duas vezes por ano, as cores dos carros costumam ser revistas em média a cada quatro ou cinco anos. “É o período que as pessoas costumam levar para trocar de carro”, explica Amorim.
Na linha branca, adicione-se mais 10 ou 15 anos. “Eletrodoméstico colorido é bom em editorial de decoração, mas em casa as pessoas não adotam muito”, conclui.