Painel Sol & Lua para fixar em paredes ou pendurar no jardim
O ARTESANATO COM POESIA E ROMANTISMO
VAGABUNDO (Álvares de Azevedo)
Eu durmo e vivo ao Sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso,
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à Lua de noite em serenatas,
Quem vive de amor não tem pobreza.
Não invejo ninguém, nem ouço a raiva
Nas cavernas do peito, sufocante,
Quando à noite na treva em mim se entornam
Os reflexos do baile fascinante.
Tenho por meu palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
O degrau das igrejas é meu trono,
Minha pátria é o vento que respiro,
Minha mãe é a Lua macilenta,
E a preguiça a mulher por quem suspiro.
Escrevo na parede as minhas rimas,
De painéis a carvão adorno a rua;
Como as aves do céu e as flores puras
Abro meu peito ao Sol e durmo à Lua.
A foto – clique para ampliar – que encabeça a poesia do poeta ultrarromântico brasileiro, falecido aos 20 anos de idade, é de um painel com a representação Sol & Lua, em chapa de aço recortada a plasma, com diâmetro de 53 cm, para fixar nas paredes de casa ou pendurar em varandas e jardins.