Para ex-funcionário rotina atrapalha inovação na Microsoft

Produtos de massa

PRODUTOS SEM CRIATIVIDADE

O Chefe de Redação

“A Microsoft se tornou o McDonald’s da computação depois que passou a oferecer produtos de massa, baratos e disponíveis em qualquer lugar. O Windows 8 é exemplo de produto sem ideias e sem cultura, por oferecer atualizações de redes sociais e outros serviços que distraem o usuário”.

A bordoada partiu de um graduado ex-funcionário desiludido com empresa de Bill Gates, num texto ferino publicado em seu blog Max Zografos, onde se define como criativamente desajustado.

Porém, nem sempre Max Zachariades teve esta opinião a respeito da Microsoft. No texto, o profissional afirma que começou seu relacionamento com a Microsoft ainda durante a graduação, quando frequentou um programa de estágio na empresa.

“Eu usava uma camiseta de colarinho com um emblema que dizia ‘Especialista em Produto da Microsoft’ com infinito orgulho”, diz ele. Em 2007, quando foi contratado pela Microsoft, ele passou a trabalhar na empresa em período integral.

Após o primeiro ano na empresa, Zachariades chegou a receber um prêmio interno, chamado pela Microsoft de “Estrela dourada”. Além do reconhecimento por seu trabalho no primeiro ano, ele recebeu US$ 1 mil em dinheiro, como incentivo.

Segundo ele, a marca da empresa também aparecia em brindes para funcionários, como canetas e dispositivos de lases para uso em apresentações. “Quando sugeri que parte desses gastos fossem direcionados à caridade, meu comportamento foi considerado inapropriado. Em tempo, meus olhos se abriram”, diz Zachariades.

O ex-funcionário da Microsoft também critica as reuniões realizadas pela empresa que, segundo ele, seriam uma forma de evitar a tomada de decisões sobre os produtos.

“Todas essas reuniões não produzem nada. Decidir e fazer algo é difícil. Se essa atividade onerosa tem que ser feita, vamos contratar consultores externos para isso. É mais fácil e menos arriscado”, diz Zachariades, sobre as rotinas administrativas na Microsoft.

Apesar de não concordar com as políticas internas da empresa, Zachariades afirma ter continuado a trabalhar na Microsoft por algum tempo “por estar em uma situação confortável”. Contudo, por não respeitar as rotinas administrativas da empresa, os superiores de Zachariades consideraram que ele não respeitava autoridade.

“Eu era visto como um rebelde”, diz ele, no blog. No final, sem receber a promoção de que esperava, a Microsoft teria proposto um acordo para que ele deixasse a empresa.

Antes de aceitar, no entanto, Zachariades afirma ter enviado um e-mail para um vice-presidente da Microsoft, em que relatava suas frustrações em relação à empresa.

“Em um período de novas tecnologias disruptivas e alta competição, eu acredito que a Microsoft, e qualquer outra organização, deve ser liderada por exemplos. Não podemos suportar que não sejam”, afirmava ele, na carta ao vice-presidente da Microsoft.

Segundo Zachariades, algumas horas após o envio do e-mail, o departamento de recursos humanos da Microsoft entrou em contato com ele para demiti-lo e ele teve que deixar a empresa imediatamente. “Faltavam apenas alguns dias para completar cinco anos de trabalho na Microsoft.”

Com Tec/iG

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