Pesquisa confirma risco de câncer por adoçante aspartame
O PERIGO DIET
Do blog ECOnsciência
Até que enfim: após vozes e mais vozes, chega o resultado da mais completa investigação efetuada sobre o aspartame. Porque as vozes são uma coisa, as provas são outra.
E o aspartame é um adoçante utilizado não apenas por quem deseja emagrecer, mas também pelas pessoas que querem “manter a linha”. Por isso pode ser encontrado em muitos alimentos ditos dietéticos — do tipo light –, sendo um dos mais famosos a famigerada Diet Coke.
Antes de tudo: de onde saiu esse tal de aspartame?
O ASPARTAME
Como visto, ele é um adoçante, composto por dois aminoácidos: o ácido aspártico e a fenilalanina, com um poder 200 vezes maior do que o açúcar.
Foi descoberto em 1965 pelo químico James M. Schlatter que estava à procura de um remédio para tratamento da úlcera.
A empresa na qual trabalhava, a G.D. Searle & Company — depois adquirida pela Monsanto (a dos transgênicos) –, pediu a autorização para que o aspartame fosse utilizado como adoçante nos alimentos. Em 1974 o pedido recebeu uma primeira aprovação por parte da FDA — Food and Drug Administration.
Todavia, já naquela altura do campeonato existia uma polêmica acerca do seu emprego nos alimentos, sendo que alguns estudos evidenciavam uma ligação entre o aspartame e o surgimento de tumores nos ratos.
A COINCIDÊNCIA
Em 1981 e em 1983, o FDA liderado por Arthur Hull Hayes concedeu a autorização definitiva: o presidente da G.D.Searle era ninguém menos que o simpático Donald Rumsfeld, amigo pessoal de Hayes.
Hayes foi depois obrigado a demitir-se por causa da acusação de corrupção, acabando assim a dirigir as Public Relations da Monsanto (desde 1985 dona da G.D.Searle).
E o troglodita Rumsfeld acabou por se transformar no Secretário de Defesa do governo conservador George W. Bush.
É, coincidências acontecem.
A PESQUISA
Agora a nova pesquisa, a mais abrangente desenvolvida até hoje e disponibilizada ao público através do NCBI — National Center for Biotechnology Information.
É importante ressaltar que este tem sido um estudo de longo prazo. Os pesquisadores analisaram os dados ao longo dum período de 22 anos, foram estudados um total de 2.278.396 de pessoas que regularmente (de 2 em 2 anos) receberam um detalhado questionário alimentar e cujas dietas foram reavaliadas a cada 4 anos.
Os estudos anteriores, aqueles que não tinham encontrado uma ligação entre o câncer e a ingestão de aspartame, apenas analisavam os sujeitos ao longo de um restrito período de tempo, um erro muito grave em termos de precisão.
OS RESULTADOS
De acordo com os novos resultados, uma bebida refrigerante por dia (adoçada com aspartame) aumenta o risco de leucemia, de mieloma múltiplo e de linfomas não-Hodgkin.
Mais, em pormenores:
+ 42% de risco de contrair leucemia em homens e mulheres
+ 102% de risco de contrair um mieloma múltiplo (nos homens)
+ 31% de risco de desenvolvimento de linfomas não-Hodgkin (nos homens)
Estes resultados estão baseados em modelos multivariáveis de risco relativo, tudo comparado aos participantes da pesquisa que não costumam beber refrigerantes dietéticos.
Não se sabe porque apenas os homens que bebem maiores quantidades de refrigerante mostram um aumento do risco de mieloma múltiplo e de linfomas não-Hodgkin.
Mas é interessante realçar como os refrigerantes dietéticos são agora a principal fonte alimentar de aspartame nos EUA: todos os anos, os norte-americanos consomem cerca de 5.250 toneladas de aspartame, dos quais cerca de 86% (4.500 toneladas) através das bebidas dietéticas.
AS CONCLUSÕES
Este estudo mostra a importância da qualidade da investigação.
A maioria das pesquisas anteriores — que não tinha mostrado alguma ligação entre o aspartame e o câncer — era desenvolvida ao longo de um curto espaço de tempo e os resultados muito vagos na avaliação de longo prazo.
Este novo estudo resolve ambos os problemas.
O fato do novo estudo mostrar uma correlação positiva com o câncer não deveria ser uma surpresa, porque investigações anteriores realizadas em animais (900 ratos, ao longo de toda a vida deles) tinham apresentado resultados muito semelhantes.
O aspartame, de fato, aumenta exponencialmente o risco de linfoma e de leucemia. Tais estudos tinham confirmado também um aumento significativo na taxa de câncer de mama.
Os novos dados, portanto, confirmam as suspeitas: beber refrigerantes com aspartame aumenta em 42% as possibilidades de contrair leucemia, em 102% o risco de contrair um mieloma múltiplo nos homens, em 31% o risco de desenvolver linfomas não-Hodgkin nos homens.
Com Informação Incorrecta