Pesticidas provocam nascimento de maior volume de machos

MAIS MACHOS QUE FÊMEAS ENTRE INSETOS

Mosca bebendo cerveja

O nascimento de uma quantidade maior de machos em relação a fêmeas, durante várias gerações, foi observado entre populações de insetos expostos a inseticidas, pesticidas e defensivos agrícolas.

Segundo cientistas da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos EUA, o uso de veneno confirmou que a chamada mosca-d’água seja mais propícia a reproduzir mais machos do que fêmeas.

A Daphnia é uma espécie-chave neste tipo de pesquisa já que, na cadeia alimentar, é uma importante fonte de comida para peixes jovens e outras espécies animais.

Este trabalho dá suporte à hipótese de que a exposição a alguns químicos ambientais durante períodos sensíveis do desenvolvimento pode provocar significantes danos à saúde aos organismos mais tarde em sua vida – e afetar sua prole e, possivelmente, a prole da prole.

Os pesquisadores buscavam por um organismo modelo e identificaram um importante caminho ambiental para a determinação do sexo, descobrindo que os agentes químicos podem invadir esse caminho.

Já havia sido identificado anteriormente um hormônio chamado metil farnesoato que as moscas Daphnia produzem sob certas condições ambientais.

Eles descobriram agora que a substância se une a um receptor que pode regular a transcrição do gene e parece estar ligado à produção da prole masculina.

Em experimentos, os cientistas expuseram as moscas a variados níveis do inseticida pyriproxyfen, que imita o hormônio. O resultado foi que os insetos tiveram uma prole menor, mas de maioria masculina. Quanto maior a dose, maior o resultado, até que apenas machos nasciam.

Mesmo uma dose pequena tinha grandes efeitos. As poucas fêmeas que nasciam apresentavam problemas de reprodução, mesmo não tendo sido expostas diretamente ao veneno.

Os investigadores pretendem agora entender especificamente quais genes estão envolvidos nesse processo de definição do sexo. Ecologicamente, é importante determinar o impacto das mudanças nas dinâmicas da população destas espécies para compreender as demais.

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