Propaganda subliminar na TV incentiva crianças a comer besteiras

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Lá fora, apesar dos rígidos controles, não é muito diferente do que acontece aqui quando o assunto é propaganda subliminar a fim de enfiar goela abaixo das crianças todas as porcarias que compõem o cardápio principal da dieta do palhaço.

Pois é exatamente este marketing disfarçado um dos principais responsáveis pela epidemia de obesidade que acomete a nossa sociedade.

Agora ficamos sabendo que, nos EUA, empresas que se comprometeram a não exibir anúncios publicitários de alimentos e bebidas que fazem mal à saúde diretamente às crianças se voltaram para a publicidade indireta em programas de televisão ao invés das propagandas tradicionais direcionadas aos jovens.

Esse tipo de marketing disfarçado, que pode incluir a alta exposição a refrigerantes com altos índices de açúcar no horário nobre da televisão, é um grande fator contribuinte à obesidade infantil, revelou uma pesquisa da Universidade de Yale.

“É uma mensagem muito sutil que crianças provavelmente não irão perceber”, disse Jennifer Harris, co-autora do estudo e diretora de iniciativas de marketing no Centro Rudd para Política Alimentar e Obesidade, da Universidade de Yale.

A pesquisa tinha como objetivo quantificar quantos produtos recebiam publicidade indireta, aparecendo de forma sutil durante os programas exibidos nos horários nobres da TV, e determinando quantos desses eram de fato vistos pelas crianças.

Os pesquisadores analisaram dados de mídia do instituto Nielsen em 2008 e encontrou cerca de 35 mil marcas com publicidade indireta aparecendo no horário nobre durante aquele ano na televisão.

As crianças veem cerca de 14 anúncios publicitários tradicionais para alimentos e bebidas todos os dias na TV, em comparação a um desses anúncios indiretos, indicou a pesquisa.

Mas as crianças não têm a capacidade cognitiva para entender que as marcas de refrigerante, doces ou salgadinhos que aparecem durante os programas de TV também são formas de propaganda.

Apesar de as grandes empresas alimentícias terem prometido não exibir anúncios de alimentos que fazem mal à saúde durante programas infantis, a aparição de marcas nos programas do horário nobre e em programas esportivos vistos por um público mais amplo, inclusive crianças, está expondo esses produtos ao público infantil de qualquer jeito, disse Harris.

Cerca de um terço das crianças nos Estados Unidos está acima do peso ou obesa, afirmou Harris. O consumo de bebidas com alto teor de açúcar gera um risco maior de obesidade, e também contribui para problemas de saúde como diabetes, doenças cardíacas e alta pressão sanguínea, disse.

* Em Equilíbrio & Saúde

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