Quarta-feira negra para os tucanos. Está chegando a hora!
UMA BOMBA MORAL DE EFEITO RETARDADO
A piada política do dia ficou por conta da decisão do governo paulista de entrar com uma ação contra a Siemens por formação de cartel em licitações do Metrô e trens no Estado.
Geraldo Alckmin (PSDB) pretende ainda pedir ressarcimento aos cofres públicos pelo dinheiro pago a mais pelo governo às empresas que superfaturaram as obras.
“Se ficar comprovado que outras empresas participaram desse conluio, todas serão processadas”, disse o governador, em coletiva durante a tarde, que deverá ter ampla cobertura da velha mídia.
O paradoxo é que, segundo a multinacional alemã, durante mais de 15 anos o propinoduto também irrigou com milhões as contas bancárias de políticos do PSDB.
Enfim, é por dissimulações assim que, nesta quarta-feira, dia 14, foram agendados dois protestos contra a corrupção tucana no setor dos transportes metropolitanos.
PRESSÃO CONTRA A TUCANAGEM
O primeiro, que sairá do Vale do Anhangabaú às 15 horas, é organizado pelo Sindicato dos Metroviários e pelo Movimento Passe Livre (MPL).
Já o segundo, às 17 horas, foi convocado por centrais sindicais e movimentos estudantis e comunitários, ocupará a frente da Assembleia Legislativa.
Será exigida a instalação imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar as denúncias de corrupção em licitações do Metrô.
São várias diferenças de enfoques — há setores que já pregam o chamado “Fora Alckmin” e outros que centram suas energias na exigência da criação da CPI .
Mas também existe o consenso nos movimentos sociais de que é preciso intensificar a pressão contra o tucanato que hegemoniza o estado há quase duas décadas.
A ideia é não abandonar as ruas nas próximas semanas. Uma plenária de entidades da juventude na semana passada fixou um intenso calendário de mobilizações.
NO BICO DO URUBU
A avaliação é de que os tucanos já estão no bico do urubu, inclusive com a quebra da blindagem da mídia. Por isso, será necessário reforçar a pressão da sociedade contra os seus desmandos e estragos em São Paulo.
O governador Geraldo Alckmin está na berlinda e será o principal alvo dos protestos. Num primeiro momento, ele negou as denúncias e afirmou que não sabia de nada — ou seja, que não tinha o “domínio do fato”.
Na sequência, ele montou um comissão de fachada — com entidades que inclusive são financiadas pelas multinacionais envolvidas no esquema de corrupção — para “averiguar” as denúncias de corrupção.
A bancada governista na Assembleia Legislativa tem feito de tudo para evitar a instalação da CPI, mas os deputados morrem de medo da pressão das ruas.
A batalha contra o propinoduto tucano será decidida nos próximas dias, o que reforça a urgência de massivas mobilizações populares.
Com Miro e charge remixada de Bessinha