Tornei-me blogueira por causa de um comentário no Luis Nassif

Ah, mulher nenhuma esquece o primeiro comentário aprovado e nem o primeiro post publicado, pois eles são como o primeiro beijo roubado…

Do blog A Cachaça da Happy Hour (publicado em 27/08/2009)

Quando cliquei no link deste vídeo, que recebi por email, fiquei maravilhada. Como era possível? Afinal, não é a toda hora que se vê gente de língua tão enrolada, como a desses eslovenos, pronunciando tão bem o português de uma canção do nosso Ary Barroso, mineiro de Ubá.

Minha primeira reação foi querer compartilhar a emoção que senti de ser brasileira. E aí, eu que sou tímida e com poucos contatos no correio eletrônico, decidi enfrentar pela primeira vez a caixa de comentários de um blogueiro famoso. Só que eu nem imaginava o que estava prestes a provocar.

Brasil Brasileiro

Apesar de acompanhar alguns blogs, nunca tinha entrado em nenhum deles para tratar de qualquer assunto. Por causa do meu temperamento retraído sempre preferi ficar só espiando. É que algumas brigas lá dentro às vezes me assustam. Acontece que após assistir o vídeo passei pelo Luis Nassif e vi que ali tinha um cantinho pouco ameaçador:

Nassif

Pois então, como ele, além de músico, parece um cara sensível, me enchi de coragem e coloquei o primeiro comentário da minha vida na Internet. Isso tem menos de um mês e meio. Imagina, calada como eu só até para escrever – nem pelo Orkut nunca tive interesse – fui lá e, toda encabulada, deixei menos de três linhazinhas.

Foi o oitavo comentário daquela manhã ensolarada e fiquei toda orgulhosa com a minha estréia oficial na rede. Ainda mais para divulgar aquela versão luminosa da nossa Aquarela do Brasil. Será que alguém iria se interessar em ver?

Nivia

Fui cuidar da vida e só voltei para outra espiadinha horas depois – sei lá, podia ter uma dica legal sobre algum assunto importante. Mas, ao contrário, tomei o maior susto! Surgiu uma internauta bem ativa no blog, chamada Luzete, que se encantou com o vídeo do Perpetuum Jazzile com o BR-6.

O genial é que ela tocou a pesquisar e a me passar novas informações. Me lembrava até as salas de chat que a gente vê por aí, só que em pleno Nassif, um dos sujeitos mais importantes da Internet. Muito legal. Mas o dia ainda prometia ser longo, muito longo…

Luzete

Desconfio que a reação animada da Luzete chamou a atenção do Nassif. Pelo que a gente lê em seus comentários ela é uma graça de pessoa – frequenta o blog com informações relevantes, contribui para elevar o nível das discussões e é muito ativa na área de artes, cultura e música em geral.

Bom, mas se eu já achava aquilo o máximo, a surpresa final – e muito maior! – ainda me esperava para o início da noite. Quando puxei o Nassif nos meus favoritos quase caí da cadeira, com o risco de levar o computador junto.

Post

E, logo abaixo, uma telona imensa com o vídeo da Aquarela pra todo mundo ver.

Minha voz nem saiu, imagina, fiquei apatetada. O Nassif tinha, como dizem os iniciados, “levantado” meu comentário para post. E logo no primeiro da minha vida! Eu não sabia se ria ou chorava, o coração saía pela boca. Meu pitaquinho tava lá, só que agora bem grandão, pra todo o povo da Internet ver.

Depois foi uma gastura só pra saber como as pessoas iriam reagir. Mas logo, logo, as coisas entraram nos eixos.

Compartilhamento

Depois disso, tomei gosto pela coisa e uns dias depois o Luis Nassif voltou a destacar outra sugestão musical que eu dei; depois eu conto. Como vi então que o “bicho” Internet não mordia, e com a moral lá em cima, passei a comentar com regularidade.

Até que no início do mês o caso foi analisado pelo blog Bodega Cultural, ao tratar do milagre da multiplicação na Internet. Eles acompanharam todo o processo que transformou este vídeo da Aquarela do Brasil num enorme sucesso – chamam isso de hype – depois que a minha sugestão foi passando de boca em boca. Fiquei impressionada!

De 17 de julho em diante ele saltou imediatamente de mil e poucas exibições por dia para 10 mil visualizações diárias, em média, nas duas semanas seguintes. Agorinha mesmo fui conferir no YouTube e constatei que, de fato, o vídeo pulou das 60 e poucas mil visitas que tinha até aquele dia para as atuais 330 e tantas mil – muita coisa, gente!

Claro, foi um trabalho coletivo da rede mas também reconheço que fui um elo importante nessa corrente do bem. Mas teve outros, em especial a Eurides, que deu a largada com o e-mail pro Marcos, que me repassou; a Luzete, que correu atrás e investigou; o Nassif, que teve a sensibilidade e destacou; e, enfim, o povaréu anônimo da blogosfera, que pra frente empurrou.

Sempre me fascinou a possibilidade, concreta, de contribuir e compartilhar coisas que muita gente, infelizmente, deleta logo após abrir a sua caixinha de correio eletrônico. Mas é o que me incentiva agora a inaugurar este blog.

Pronto, é isso, criei coragem e também decidi entrar de cabeça nesse rolo pra ver o vai acontecer.

Afinal, como dizem os meninos da [hoje extinta] Bodega Cultural sobre a blogosfera, se existe alguma coisa que mereça ser vista, com certeza vai ser vista, de um jeito ou de outro, nem que seja na caixa de comentários. Pois então, eu que o diga…

* * *

Blog da Nívia de Oliveira Castro

9 thoughts on “Tornei-me blogueira por causa de um comentário no Luis Nassif

  • 30 de agosto de 2009 em 22:57
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    Tão impressionante quanto o desempenho dos gringos são os comentarios. Curioso é que da para perceber o viés politico de muitos deles. Parece um desabafo contra as safadezas que fazem aqui nesse país tão maravilhoso e que não merecia isso. O mais importante é que resgata a noss auotestima.

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  • 28 de agosto de 2009 em 23:44
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    Hellô-ôô, meninas! kkkkk!

    Sabe o que foi? Tudo não passou de uma feliz coincidência:

    eu entrei na Bodega do Carlinhos e vi la um post sobre o video da Aquarela. Fiquei curioso com o assunto e fui pesquisar mais no Google. aí topei com a Nívia sendo citada em varios outros blogs, entre eles essse aqui.

    Qual não foi minha surpresa quando vi que era dela. Só que eu tambem achei muito legal o reconhecimento aos demais colegas de blogosfera. Foi o que me levou a fazer essa conexão porque eu também faço parte disso.

    Afinal internet não é para isso mesmo? Para aproximar os semelhants? Simples assim, logo… MISSÃO CUMPRIDA! kkk!
    Abs.

    Silvio

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  • 28 de agosto de 2009 em 19:40
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    Nívia,
    escrevi procê, mas meu comentário não aparece.
    será que esqueci de enviar? hummmmmm…

    descobri lá no nassif, através do sílvio, que fui citada por você aqui. (uma honra, viu?) mas como não sei se meu outro comentário seguiu ou não, serei breve.

    e vc poderia dar um toque lá na minha página (nossa… tem link aqui! você é ótima!) e aí eu volto aqui prá conversar mais um cadinho.

    beijo

    Resposta
    • 28 de agosto de 2009 em 20:35
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      Ai, minha Nossa Senhora!

      Luzete!!!

      Se continuar desse jeito ainda acabo tendo um troço.

      Eu não esperava que você me achasse, menina, pelo menos assim tão rápido. O que prova que a rede é mais interligada do que eu podia imaginar. É, eu fui conferir agorinha mesmo no Nassif. O culpado foi sim esse xereta do Sílvio. Rsrs.

      Puxa, eu queria que você chegasse quando a “casa” estivesse mais arrumada, mais florida, cheia de postagens. Mas, tudo bem, fique à vontade.

      Não recebi seu comentário anterior não, Luzete, ou então fiz alguma besteira. Ainda estou aprendendo a futucar nesses trecos aqui. Eu sou um horror no teclado. Às vezes (quase sempre) me enrolo toda. A luz também está oscilando muito hoje e “dando pau” no computador.

      Claro, vou sim te fazer uma visita, com todo o prazer. Adorei a surpresa. Estou emocionada até agora. Obrigada, de coração. Uau!

      Um beijinho, Nivia.

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  • 28 de agosto de 2009 em 20:00
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    Ainda bem que você deixou claro aí no final que “criou coragem”, Nívea.

    Se tivesse dito “tomei coragem” eu ia imaginar que você pulou de cabeça dentro do barril e que “tomou todas”. Hehê!!!

    Brincadeirinha…

    Todo o sucesso do mundo nessa empreitada e parabens pela iniciativa. Vamos acompanhar aqui da lan-bar.

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  • 28 de agosto de 2009 em 11:17
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    Opa, coisa boa mesmo, Nivia: um espaço pra gente curtir as coisas simples, porém preciosas, da vida na roça. Imagino, numa primeira olhada, que vem muita trepidação dessas estradinhas de chão batido por aí, ou estou enganado? Já estou na expectativa… e seja bem chegada na Net a partir de agora. Parabéns!

    Resposta
  • 27 de agosto de 2009 em 20:10
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    Puxa vida, Carlinhos Medeiros da Bodega Cultural, o próprio, em pessoa, falando comigo!?!

    Nossa, mas que prazer receber essa surpresa tão boa. Estou toda boba e orgulhosa com a visita inesperada. Já tenho assunto para deixar minhas amigas de queixo caído.

    Você foi o primeiro internauta a comentar aqui no meu querido bloguinho que acaba de estrear. Como disse lá no começo do post, essas coisas a gente não esquece.

    De coração, Carlinhos, muito obrigada mesmo, mesmo! Como dizem aquelas plaquinhas dos botequins do interior, “obrigada pela preferência e volte sempre”. Um brinde, pois!

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  • 27 de agosto de 2009 em 17:45
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    Então, Nivia, estava eu nos robôs do Bodega Cultural, analisando as visitas do dia, quando me deparei com um link apontando para este maravilhoso espaço.

    Cachaça Aracy? Já tomei. Aliás, tomei também uma Catuaba (vinho que aqui chamamos de viagra-de-matuto) da mesma marca, Aracay. Só que, se não me falha a memória, o Aracy era com y e não com i.

    Bom, não vem ao caso. Gostaria mesmo é de comentar sobre o maravilhoso vídeo do Perpetuum Jazzile, cantando de forma espetacular o nosso querido Ary Barroso no Hino Aquarela do Brasil. Um deleite!

    Li seu comentário no Nassif e percebi quando ele subiu. Também, pense num comentário cheio de sensibilidade e emoção…

    Como dou minhas viajadas pela música, todas as postagens do Nassif sobre a matéria eu estou lá pra conferir.

    Parabéns pela iniciativa de criar seu blog e participar conosco deste maravilhoso mundo, virtual mas nem tanto…

    Vamos fazer um post contando pra turma.

    Abs!

    Resposta

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