Um dia, o ar do planeta Terra já teve cheiro de ‘ovo podre’
ATMOSFERA IRRESPIRÁVEL PARA HUMANOS
Esqueça as fantasias científicas de viagens através do tempo que conduzem intrépidos aventureiros ao passado dos dinossauros — como na série televisiva Terra Nova.
Naquela época a atmosfera da Terra era tão densa — o que justifica o tamanho daqueles animais — que um ser humano moderno morreria asfixiado em alguns segundos.
Se uma suposta máquina do tempo retrocedesse até remotos 1,9 bilhão de anos, aí então é que o bicho ia pegar para nossas narinas e pulmões: o ar cheirava literalmente a “ovo podre”.
Esta certeza veio de pesquisadores australianos e noruegueses ao estudar fósseis preservados em “Gunflintchert”, um grupo de rochas encontradas em volta do Lago Superior, entre Minnesota, nos EUA, e Ontário, no Canadá.
Os cientistas descobriram que haviam tantos organismos minúsculos no planeta que, ao comer uns aos outros, influenciavam diretamente os odores atmosféricos.
Essa alimentação é conhecida como “heterotrofia”, a mesma realizada por seres humanos, onde as bactérias em nossos intestinos quebram bioquimicamente a matéria orgânica.
No caso, os restos da refeição microbiana formavam o ácido sulfídrico que, para nosso olfato atual, tem um insuportável cheiro de “ovo podre”.
O Gunflintchert é um grupo de rochas de formação ferrífera que alterna camadas ricas de óxido de ferro intercaladas com ricas zonas de sílica. O óxido de ferro dá origem às hematitas ou magnetitas, enquanto os silicatos formam o quartzo e a jaspe.
Resumo do Jornal Ciência