Um diamante é para sempre… e a sua ‘maldição’ também?
HOPE: UM DIAMANTE AZUL SEM ESPERANÇA
A recente descoberta de um diamante azul com 25,5 quilates, na África do Sul, traz à memória a mais espetacular pedra da mesma coloração já encontrada até hoje. Nem tanto pelo tamanho, mas pelos mistérios que deixou em seu rastro.
Se a propaganda diz que “um diamante é para sempre”, referindo-se a qualquer pedrinha de uma joia, então o que esperar do karma que um brilhante enorme como o Hope arrasta em cada um dos seus atuais 46,5 quilates de pura maldição?
A MALDIÇÃO DO DIAMANTE HOPE
Este diamante tornou-se conhecido na década de 1660, quando o rei Luís XIV o comprou de um comerciante francês. A joia possuía originalmente 112 quilates e se resumia em uma enorme pedra azul lapidada em forma de triângulo.
O diamante teria sido supostamente roubado de um templo sagrado da Índia, erguido em homenagem à deusa Sita, no qual estava incrustado na estátua da divindade e representava um de seus olhos.
Quando os nativos descobriram o roubo, eles teriam lançado uma maldição eterna sobre aqueles que porventura obtivessem a pedra sagrada.
O que houve, a partir de então, foi uma sucessão incrível de trágicos acontecimentos que reforçaram a sua fama, elevando-o à condição de verdadeira lenda.
MORTES MISTERIOSAS
Logo depois que um guerreiro roubou a pedra preciosa, ele foi assassinado. O comerciante francês que vendeu a pedra ao rei Luís XIV teria falido e contraído uma grave doença que o matou em meio a horríveis convulsões.
O rei Luís XIV, que nada sabia a respeito, entregou a joia comprada para o seu joalheiro lapidá-la a seu gosto. A pedra passou a ter aproximadamente 69 quilates e foi designado como o “diamante azul da coroa”.
O rei era acostumado a usar a joia no pescoço em ocasiões solenes, e uma vez a entregou para que sua amante pudesse prová-la.
Quando a Madame de Monespan “experimentou” o diamante, também ela teria sido amaldiçoada. Enfim, por algum motivo, algum tempo depois foi cruelmente abandonada pelo rei, morrendo sozinha e na miséria.
PESCOÇOS A PRÊMIO
Mais tarde, o bisneto, o rei Luís XV também relapidou a pedra para que fizesse parte do seu pendente da Ordem do Tosão de Ouro.
Anos depois, Luís XVI ofereceu o diamante como símbolo de casamento a Maria Antonieta. Como se sabe, durante a Revolução Francesa, os reis foram presos e devidamente guilhotinados.
Na mesma época, suas joias foram roubadas, inclusive o diamante azul, que desapareceu sem deixar rastro. Anos depois os ladrões foram condenados à pena de morte.
Em 1812, a joia voltou a aparecer em posse de um mercador londrino chamado Daniel Eliason.
TRAGÉDIAS EM SÉRIE
Francis Hope, membro do parlamento, comprou a joia em um leilão, e o seu nome foi dado à joia. Logo depois, morreu de mal súbito.
Sua esposa, que ficou com a pedra, morreu queimada em um incêndio que houve em sua residência. Assim, o diamante Hope passou para as mãos do sobrinho da família, Thomas Hope, que em seguida faliu e foi abandonado pela mulher.
Thomas vendeu o diamante para um príncipe russo chamado Iva Kitanovski. Ele presenteou uma artista francesa com a joia. Resultado: a artista foi assassinada com um tiro e o príncipe foi esfaqueado até a morte por revolucionários.
O diamante Hope passou pelas mãos de um joalheiro grego, que caiu de em penhasco, e acabou vendido a um sultão que, algum tempo depois, enlouqueceu.
Em seguida, um homem chamado Habib Bey teve a posse da pedra azul, mas não demorou muito para morrer afogado.
FAMÍLIA E EMPREGADOS
A maldição hindu parecia de fato ser devastadora. A joia foi vendida para a rica e pacata família McLean.
Algum tempo depois, a mãe do patriarca morreu, dois empregados da família tiveram o mesmo fim, o filho de 10 anos da família foi atropelado por um carro e a filha se matou.
A mãe, que era alcoólatra, também morreu violentamente. Solitário, o patriarca entrou em depressão e bateu as botas meses depois em uma clínica.
NEM O TOTÓ ESCAPOU
O Instituto Smithsonian de Washington DC, EUA, adquiriu a pedra em 1958 sendo o atual dono do diamante de reputação negativa.
Desde que se encontra em posse do instituto, ao que se sabe, não houve nenhum incidente nem acontecimentos estranhos que pudessem ser ligados à joia.
A não ser uma “coincidência” relacionada ao funcionário que levou o diamante até o instituto: o infeliz teve a casa incendiada, perdendo também a mulher e o cachorro de estimação.
ESTRANHA ‘ESPERANÇA’
Hope, que no inglês significa “esperança”, é um nome um tanto quanto irônico ou contraditório para algo capaz de trazer tanta desgraça aos seus proprietários.
Se a lenda é verdadeira ou não, a discussão ficará entre os céticos e os crédulos de plantão.
Mas uma coisa é certa, havendo maldição ou não, a sua má fama se estende por gerações bem como a sua inigualável beleza azul.
Com Jornal Ciência