Vivemos em Matrix? Cientistas desconfiam que nossa vida seja virtual
QUANDO A VIDA IMITA A ARTE
Do blog ECOnsciência
Quem é fissurado na trilogia de filmes Matrix nunca deixa de se questionar se seria mesmo possível que fôssemos uma espécie de “agentes de software” da vida real.
Ou se aquilo que entendemos como “vida real” não seria de fato uma “vida virtual”, embutida em uma outra realidade à qual não temos plena consciência e nem acesso direto.
Agora esta questão está sendo levada a sério pelos cientistas, que propõem um teste para sabermos se estamos ou não vivendo em uma simulação computadorizada.
A ideia, levantada por uma equipe da Universidade de Bonn, na Alemanha, parece ir bem mais longe do que outro conceito mais em voga, de que nosso Universo pode ser um gigantesco holograma.
Segundo os caras, mesmo nossos deuses-programadores devem ter à sua disposição uma capacidade de processamento limitada e, sobretudo, devem cometer erros de programação.
E essas imperfeições podem criar erros na simulação que nós teríamos a capacidade de detectar. Piração demais? Nem tanto…
SIMULAÇÕES REALÍSTICAS
As simulações computadorizadas são uma das principais ferramentas usadas pelos cientistas hoje, sejamos nós virtuais ou não.
Os simuladores permitem estudar tudo, de um você-virtual e da física dos arco-íris até o Universo, passando pelo planeta Terra inteiro e pelo nascimento das galáxias.
Tais simulações costumam criar matrizes 3D de “células”, ou “átomos”, que interagem de forma crescente até formar a coisa toda que se propõe estudar.
Como o poder computacional está crescendo continuamente, torna-se razoável imaginar que um dia poderemos simular o Universo inteiro, detalhe por detalhe.
Isso imediatamente leva à questão: será, então, que nós próprios já não estaríamos vivendo dentro de uma simulação?
FALHAS NA MATRIX
Silas Beane e seus colegas propõem que, se estivermos vivendo em uma matriz simulada por computador — uma Matrix — então os raios cósmicos, partículas carregadas que chispam pelo Universo, provavelmente estão viajando ao longo das linhas que conectam os diversos elementos dessa matriz.
Ou seja, a rota dos raios cósmicos deveria seguir uma estrutura geométrica precisa — eles não viriam de todos os ângulos possíveis.
Bingo! Isto seria uma “falha” na Matrix, uma inconsistência que poderíamos detectar.
Mas vai levar um tempo até que você possa liberar seu Neo interior, ou alimentar a esperança de ser “o escolhido”.
Os limites de energia dos raios cósmicos observados significam que, se nosso Universo for mesmo uma simulação, as “células” de sua matriz não poderiam ser menores do que 10-12 femtômetros para que a falha aparecesse.
Seria então, uma questão de construir detectores de raios cósmicos suficientemente precisos para medir não apenas a energia, mas também o ângulo de chegada de cada “partícula” de energia.
É claro que ainda estamos muito longe disto – o raio de um próton, por exemplo, mede pouco menos de 1 femtômetro.
SINAIS DOS CRIADORES
Não há razão, contudo, para assumir que deuses-programadores suficientemente avançados não sejam capazes de projetar e rodar células ainda menores, nem que eles utilizem uma estrutura cúbica, como os cientistas presumem, o que de fato nos leva de volta à estaca zero.
Mas pode haver outras formas pelas quais os simuladores nos deem indicações de sua presença, eventualmente como um teste para avaliar a evolução das capacidades das suas criaturas virtuais.
Nick Bostrom, filósofo da Universidade de Oxford, recentemente sugeriu que os criadores da nossa realidade podem ter deixado mensagens nos alertando sobre sua existência, ou podem simplesmente nos transportar para a sua realidade.
O fato é que a questão mais geral sobre se existem ou não outros níveis de realidade além deste que afeta nossos sentidos tem incomodado os filósofos há milênios.
Ou seja, não espere uma resposta definitiva para a questão tão cedo. Apenas relaxe e aproveite…
Com Inovação Tecnológica