Cai o véu da hipocrisia: a intolerância não mora mais ao lado
Aqui e ali começam a pulular análises sobre as reações de setores conservadores da sociedade à eleição da presidenta Dilma Roussef.
Pelo que se percebe em manifestações exacerbadas veiculadas em redes sociais e caixas de comentários de blogs, a intolerância foi o legado deixado pela campanha demotucana e midiática.
Este é um abacaxi que, infelizmente, teremos de descascar por algum tempo, sabe-se lá quanto. O que era apenas latente, parece ter vindo à tona numa súbita onda de radicalismo com o qual não estávamos ainda acostumados.
Que ninguém tenha mais ilusões, pois as coisas a partir de agora mudaram – com a queda despudorada do véu da hipocrisia -, amplificadas pela caixa de ressonância em que rapidamente se transforma a Internet aqui no Brasil.
O que mais incomoda é que, enfim, repentinamente nos descobrimos com entraves civilizatórios bastante parecidos com os de povos e culturas que pareciam tão distantes da nossa realidade.
A “idade da inocência”, para nós, acabou… agora é que a ficha caiu.
* O poster com a crítica bem-humorada acima peguei emprestado do BananaPost.
A proeza do PSDB foi importar o Tea Party para os trópicos. Triste fim dos que um dia, longínquo, posaram de defensores da social-democracia….
É verdade, Samuel, a galerinha que ponha as suas barbas de molho… Deu no Globo:
OAB REAGE A ATAQUE AO NORDESTE NO TWITTER
“Universitária de SP que iniciou ofensas deverá responder por crime de racismo.
A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entra hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de ataques aos nordestinos divulgada por meio do Twitter após a eleição de Dilma Rousseff.
No domingo à noite, usuários da rede de microblogs começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste, relacionando o resultado à boa votação de Dilma na região.
A representação da OAB é contra a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo, uma das que teriam iniciado os ataques.
Ela deverá responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio.
Entre as mensagens postadas pela universitária, há frases como: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.
Toda essa sujeira foi iniciada, pelo que se sabe até agora, por uma jovem estudante de direito paulista. E esta futura advogada muito provavelmente tentará, depois de graduada, pleitear o seu registro na OAB. Como esse “monstro” (é disso que se trata) vai defender direitos de outrem se nem ela própria os respeita? Essa é a questão, e grave.
Post muito esclarecedor que saiu no Nassif, temos que repassar, chamar a atenção que tudo isso que está acontecendo agora na Net é crime e o Ministério Público e a Polícia Federal vão entrar no circuito para identificar e penalizar os criminosos.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-intolerancia-na-campanha
Fiquei preocupado mesmo é com o nível da misoginia existente na nossa população e catalizada pelo Sierra (foi assim que o Arnold “exterminador do futuro o chamou…). Será que ocorreu alguma revolução por ai que eu não estou sabendo?
Cumprimento você pelo blog: é algo sempre bom lê-lo.
Resposta: A “revolução das máscaras”, talvez. Obrigada, você é muito gentil.