Fim do Mundo já aconteceu: foi nos anos 90, a ‘década perdida’
O BESTEIROL DO APOCALIPSE
Do blog BananaPost
Quem surfou agora a onda clichê do Calendário Maia talvez não conheça a música que escancarou as portas do sucesso para o carioca Eduardo Dusek, quando ele arrebentou com seu besteirol no festival MPB 80, da TV Globo (só podia).
De lá para cá, o apocalipse já era para ter acontecido várias vezes, embora para muitos “fim do mundo” mesmo tenha sido o governo do tucano FHC, nos anos 90, tanto que o período neoliberal entrou para a história como a “década perdida”.
Hoje, pela inspiração divina que iluminou a cabeça dos eleitores brasileiros, não há muito o que temer. A não ser que se deixem influenciar pela campanha catastrofista orquestrada pela velha mídia. Aí, até Nostradamus vai parecer fichinha.
NOSTRADAMUS
Autoria e interpretação: Eduardo Dusek
Naquela manhã
Eu acordei tarde, de bode
Com tudo que sei
Acendi uma vela
Abri a janela
E pasmei
Alguns edifícios explodiam
Pessoas corriam
Eu disse bom dia
E ignorei
Telefonei
Pr’um toque tenha qualquer
E não tinha
Ninguém respondeu
Eu disse: “Deus, Nostradamus
Forças do bem e da maldade
Vudu, calamidade, juízo final
Então és tu?”
De repente na minha frente
A esquadria de alumínio caiu
Junto com vidro fumê
O que fazer? Tudo ruiu
Começou tudo a carcomer
Gritei, ninguém ouviu
E olha que eu ainda fiz psiu!
O dia ficou noite
O sol foi pro além
Eu preciso de alguém
Vou até a cozinha
Encontro Carlota, a cozinheira, morta
Diante do meu pé, Zé
Eu falei, eu gritei, eu implorei:
“Levanta e serve um café
Que o mundo acabou!”
* * *