Menor taxa de desemprego na América Latina em 20 anos

CONSUMO GARANTE POSTOS DE TRABALHO

União Latinoamericana

A rapaziada que está aí, feliz da vida, de carro novo na mão e curtindo a era do pleno emprego talvez ainda fosse muito pequenininha para se lembrar ou mesmo nem tenha ouvido falar.

Não faz tanto tempo assim, mas no final da “década perdida” — de 1990 — os níveis de desemprego chegaram perto dos 20%, uma situação terrível como a que enfrenta agora Portugal.

À época, os neoliberais no poder cinicamente diziam que a população teria de “se acostumar” para sempre com tais índices — com o argumento de que seriam uma consequência natural e imutável da globalização, que transferia postos de trabalho para países menos desenvolvidos.

Há 10 anos essa lógica perversa de submissão começou a ser subvertida com a expansão do consumo interno, que trouxe as taxas de desemprego para dentro do “estoque” mínimo (de 5 a 6%) que garanta a rotatividade da mão-de-obra.

O modelo brasileiro para combater a crise internacional passou, então, a ser freneticamente copiado por vários países, em especial nossos vizinhos latino-americanos.

Resultado: o desemprego na América Latina e no Caribe atingiu 6,4% em 2012, o menor nível em 20 anos, segundo acaba de divulgar a CEPAL — Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.

Isto representa queda em relação a 2011, quando o total de trabalhadores parados tinha atingido um número relativamente baixo, de 6,7%.

O levantamento leva em conta o desemprego aberto urbano, abrangendo apenas moradores das cidades que estão procurando emprego.

De acordo com a CEPAL, o desempenho do mercado de trabalho fez o total de desempregados na região diminuir em 400 mil no ano passado — embora cerca de 15 milhões de pessoas permaneçam sem trabalho nas zonas urbanas da região.

Mesmo assim, de acordo com a entidade, o desempenho do mercado de trabalho impediu uma queda maior no crescimento econômico da América Latina e do Caribe no ano passado. E nem é tanto culpa nossa.

Segundo a pesquisa, o Produto Interno Bruto (PIB) da região aumentou, em média, 3% no ano passado, afetado pelo lento crescimento dos EUA, pelo agravamento da recessão na Europa e pela desaceleração na China.

A Cepal confirmou que a demanda interna foi uma das principais impulsionadoras do crescimento regional em 2012.

Além da queda do desemprego, a entidade mencionou a expansão do crédito para as famílias como fator essencial para a manutenção da demanda e do consumo interno.

Para 2013, a entidade reduziu um pouco — de 3,8% para 3,5% — a previsão de crescimento médio para a região.

O baixo dinamismo da maioria das economias exportadoras do continente, a manutenção das incertezas internacionais e a recuperação mais lenta que o previsto do PIB no Brasil e na Argentina contribuíram para a redução das estimativas para este ano.

Com Agência Brasil

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