Pedro Bial — de Big Brother a fundador do Instituto Millenium
DICK MILLENARISTA
O único contato que tive com Pedro Bial foi num bar da Zona Sul do Rio, no início dos anos 80. Fomos apresentados e ele me cumprimentou como se o prazer fosse exclusivamente meu.
Junto com dois sujeitos o então repórter iniciante da Globo defendia um cascalho com declamações giratórias num tablado. Os caras se autointitulavam poetas performáticos ou coisa assim.
O troço era um porre. Além de pernóstico, chato. Enquanto eles liam uns versos pretensiosos, a galera tratava de azarar e encher a cara. Ninguém prestava a atenção naqueles malas.
CINISMO BAJULATÓRIO
Depois disso só me lembro do Bial durante a queda do muro de Berlim, como enviado ou correspondente internacional. Por acaso, era ele quem estava lá, como podia ser qualquer outro.
De volta ao Brasil, parece que o seu legado mais importante, além de apresentar anos a fio o BBB, foi lançar uma biografia bajulatória do patrão, o finado “doutor” Roberto Marinho.
Mais recentemente Pedro Bial voltou aos holofotes, agora como fundador e curador do Instituto Millenium, uma anacrônica congregação midiática de inspiração nitidamente direitista.
TUDO PELA GRANA
Meio empresa e meio quartel, o Millenium funciona sob uma impressionante estrutura hierárquica comandada e financiada por milionários medalhões da indústria e meios de comunicação.
Aparelhado por um batalhão de “especialistas”, virou um bunker antiprogressista e principal irradiador do ódio de classe e do ressentimento dedicado até hoje ao ex-presidente Lula.
Enfim rico e bajulado, três meses por ano Pedro Bial deixa as sombras e exercita o intelecto com o auxílio desintere$$ado de nulidades emparedadas na jaula do Big Brother Brasil.
As declarações de Lula compiladas na internet dão conta de que “ele nunca foi de esquerda”. O problema maior desse Instituto Millenium é a falsidade. Já tentei ler mas basicamente eles defendam o grande capital financeiro e grupos patrimoniais feitos com contratos governamentais e lucros financeiros. Nada de proteção ao empreendedor individual nem criação de empresas e empregos. Só a fé cega e criminosa no patrimonialismo financeiro e na “honra dos contratos”(de dívida pública fraudulenta). Coisa que aliás todos os presidentes desde Collor tem feito.