Revista Veja & crosta, Marcos Valério & moscas no parque de diversões
PARQUE DE DIVERSÕES MIDIÁTICO
A revista Veja e a crosta que orbita em torno dela decidiram que o Brasil é um parque de diversões do conservadorismo decadente.
Um ‘focinho de porco’ onde se vende desde o elixir-maravilha dos livres mercados, os fabulosos tucanos e o túnel dos horrores da esquerda.
Tudo meio gasto, decrépito, exalando picaretagem e golpe.
Um dos caça-níqueis do negócio é a barraquinha do ‘tiro ao Lula’. Pouca demanda. Pintura descascada e balcão sujo.
Para animar a freguesia, Veja & a crosta volta e meia instalam Marcos Valério no meio da clientela; ele faz uns disparos com a espingardinha de rolha.
Atrás da cortina colunistas isentos sacodem os bonequinhos de Lula, fingindo que a rolha desta vez acertou. Tudo um pouco capenga.
Às vezes sacodem o bonequinho antes do tiro e continuam sacudindo depois, sem parar, mesmo sem nenhum disparo.
Valério franze o cenho e olha em volta, como se perguntasse: -‘E agora, o que eu faço?’
Os patrocinadores tentam compensar o descrédito com decibéis, alardeiam prêmios milionários ao misterioso ‘atirador careca’.
Os transeuntes olham aquilo com ar de enfado.
Moscas zumbem.
Carta Maior