Vem aí a concorrência para criar sistema de defesa da Amazônia Azul
4,5 MILHÕES DE KM² DE ÁGUAS TERRITORIAIS
A perspectiva de uma produção diária de 1 milhão de barris de petróleo já em 2017 e a probabilidade de que metade do nosso PIB venha do pré-sal, só poderia despertar a cobiça de nações “muy amigas”.
Por isso, o governo decidiu dar início à concorrência para implantar um sistema de monitoramento e defesa da gigantesca área com 4,5 milhões de km² da plataforma maritima continental.
Uma licitação coordenada pela Marinha pretende colocar em operação o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), um projeto bilionário que deve ser implementado até 2025.
Ele envolve a compra de rádios, equipamentos de comunicação via satélite, radares, rede de sensores acústicos submarino e aviões não tripulados, além do aparelhamento das forças aeronavais em geral.
A área é conhecida como Amazônia Azul, em referência a seu tamanho similar ao da Amazônia “verde”, que tem 5,5 milhões de km². É por onde circula cerca de 95% do nosso comércio exterior.
Propostas dos interessadas na licitação deverão ser enviadas até o fim deste primeiro semestre. Vão participar grandes empresas, como Airbus e Boeing, em consórcios encabeçados, obrigatoriamente, por companhias nacionais.
“A importância do sistema não está só na questão física. Atualmente, não há a possibilidade de alguém vir e sorrateiramente produzir do pré-sal, chupar o petróleo que fica a 7.000 metros de profundidade se já é difícil fazer a perfuração com uma concessão”, explica Jean-Paul Prates, diretor do Centro de Estratégias em recursos Naturais de Energia (Cerne).
“Mas há a questão da preocupação com a sabotagem às plataformas já existentes; por isso é preciso monitorar e rastrear essas áreas”, ressalta ele.
A implementação do sistema é uma questão política também: mostrar junto à ONU que o país tem capacidade de monitorar o que acontece dentro da faixa de pleiteia, além das 200 milhas náuticas a que já tem direito. Com a descoberta do pré-sal, essa área ganhou uma importância econômica enorme.
Além disso, o sistema beneficia setores historicamente postos de lado pelo governo brasileiro, como a pesca. O litoral do país sofre com a invasão de barcos de outros países, especialmente do Japão, em busca de pescado, entre eles, a grande coqueluche atual, o atum.
Uma estimativa recente feita pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que apenas um quinto do pescado do mundo seja obtido de forma legal. O cenário não é diferente no Brasil, por isso o assunto levanta grandes preocupações.
Completo no El País (atenção, apenas, com o viés negativo da matéria feita pelos espanhóis)