As histórias macabras de Lobão e sua relação com a família

SOBRE HIDROFOBIA E PERVERSÃO POLÍTICA

Ódio e preconceito

A história macabra sobre a família e o drama pessoal do cantor Lobão, é elucidativa e foi escrita por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania. Por menos que concordemos com o que disse para se promover e com o oportunismo da velha mídia em repercutir, reconhecemos a contribuição do artista — hoje em franca decadência — ao rock nacional. Até porque não é elegante chutar ‘Canis lupus‘ morto…

DRAMA FAMILIAR EXPLICA O COMPORTAMENTO DE LOBÃO?

Se João Luiz Woerdenbag Filho, o Lobão, não fosse uma celebridade, ninguém daria bola aos absurdos que proferiu na entrevista repugnante que deu à Folha de São Paulo na semana passada, quando sua metralhadora giratória atingiu políticos e artistas com acusações sem fundamento e uma enormidade de insultos gratuitos.

O pretexto da Folha para entrevistar esse mentecapto é um livro que está lançando sob o sincero título “Manifesto do Nada na Terra do Nunca” – de fato, é um manifesto sobre o nada, ou sobre delírios mentais do autor.

Sem identificar o feliz proprietário de opiniões que chocaram pelo nível de desinformação e fanatismo, elas facilmente passariam pelas de um velho general de pijamas desses que exercitaram suas perversões durante a ditadura e que até hoje não querem admitir os crimes que foram cometidos naquele período obscuro da história.

Segundo Lobão, o país se encaminha para “um novo golpe de Estado”. Como se não bastasse, acusou a presidenta Dilma Rousseff de ter cometido “crimes” durante a sua militância política, atos dos quais nem a própria ditadura a acusou.

Abaixo, algumas das maluquices proferidas pela celebridade:

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“Ela [Dilma] foi terrorista. Ela sequestrou avião, ela pode ter matado.

Como que ela pode criar uma Comissão da Verdade (…)? Deveria ser a primeira pessoa a ser averiguada.

Você vai aniquilar a história do Brasil? Vai contar uma coisa totalmente a favor com esse argumento nojento?

Porque eles mataram, esquartejaram pessoas vivas, deram coronhadas, cometeram crimes.

O estopim, a causa da ditadura militar foram eles. Desde 1935, desde a coluna Prestes, começaram a dar golpes de Estado.

Em 1961, começaram a luta armada. Era bomba estourando, eu estava lá. Minha mãe falava: você vai ser roubado da gente, o comunismo não tem família (…)”

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O desconhecimento de história por parte do cantor não combina com a sua origem burguesa. Certamente não faltaram boas escolas a esse descendente de holandeses.

Em 1961, quando Lobão diz que começou a “luta armada” no Brasil, ele tinha 4 anos. Portanto, estava lá mas não estava. Afinal, a luta armada começou muito tempo depois do golpe, como se sabe.

Contudo, essa “celebridade” não disse nenhuma novidade em seu novo livro. Apenas caprichou um pouco mais nas acusações irresponsáveis e na deturpação de fatos históricos que proferiu ou escreveu anteriormente.

De tanto em tanto tempo esse indivíduo escreve “livros-bomba”. Em 2010, usou a mesma estratégia comercial para vender livros.

Mas a referência que esse personagem histriônico faz à própria mãe na entrevista à Folha é a pista para entendermos que vender livros não é a única motivação de João Luiz – ele acredita nas sandices que lhe enfiaram na mente.

A deformação mental de Lobão por certo tem origem na criação por pais mentalmente doentes. Abaixo, trechos de reportagem do Correio Brasiliense de 2010 que permite entender como ter pais assim pode causar problemas na criança que irão perdurar pelo resto da vida.

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CORREIO BRASILIENSE

17 de dezembro de 2010

Xurupito era o apelido do menino que os pais vestiam como um garoto da década de 1940. Não bastassem as camisas de linho, as calças de tergal, os sapatos de verniz e a cabeça raspada com máquina 1 e “um topete ridículo erguido à base de muito gumex”, João Luiz Woerdenbag Filho era chamado pela mãe, no meio da rua, em pleno Rio de Janeiro dos anos 1960, por este nome: Xurupito. Tinham que rir. Tímido em excesso, filho de um “casal jovem, apaixonado, meio desprotegido, meio de direita”, Joãoluizinho (pois é, o outro apelido familiar) tinha tanto medo de entrar em contato com o mundo exterior que acabou inventando várias vidas pra ele.

(…)

Entre os momentos mais difíceis de contar, Lobão lembra o dia em que foi expulso de casa pelo pai, aos 19 anos. Levou um cruzado na cara e rebateu com o violão, despedaçando-o inteiro em cima do pai (“Só sosseguei quando não havia mais violão para continuar batendo”). Depois disso, a relação dos dois ficou suspensa, “num limbo relacional”. Muitos anos mais tarde, eles tiveram uma bela tarde de sábado juntos. Logo depois, o pai se matou, envenenado. Lobão também carregaria a culpa pela morte da mãe. Após uma discussão, ela (bipolar) parou com os remédios que tomava três vezes por dia — “uma forma sutil e profissional de se matar”, como ele diz. Sim, a mãe deixou uma carta responsabilizando-o por sua morte.

(…)

Mas nem tudo é tragédia nessa história. Há episódios engraçados, narrados com humor às vezes ácido, e outros de uma cara de pau inacreditável. Como a vez em que fingiu que continuaria como baterista da Blitz só para sair na capa de uma revista. A entrevista já estava agendada, ele falou pelos cotovelos, chamou a maior atenção. Em seguida, com a revista debaixo do braço e a fita de Cena de cinema nas mãos, foi bater à porta da gravadora. Vinte minutos depois, já tinha assinado contrato para a carreira solo. Saiu chamuscado da Blitz — e riscado da capa do disco da banda. Em retaliação, desenharam, no lugar dele, a cara do lobo mau.

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Esses três trechos da matéria em questão permitem entender de forma definitiva a pessoa à qual a Folha deu espaço pela simples razão de que se mostrou disposta a fazer ataques virulentos e irresponsáveis aos inimigos políticos do jornal.

Os devaneios político-ideológicos dos pais de “Xurupito” o fizeram crescer acreditando que comunistas comem criancinhas. O acesso de fúria contra o pai, o qual confessa que espancou até perder as forças, ou o golpe que aplicou nos companheiros para atingir o estrelato, dispensam maiores comentários.

Apesar da relação conflituosa com os pais, está claro que Lobão assimilou perfeitamente seus conceitos sobre “comunismo” e “comunistas”. E tais conceitos ficam mais claros em entrevista que o cantor deu ao Globo também em 2010, quando retratou o pai como “uma espécie de nazista conceitual” que “adorava valsas de Strauss e acrósticos“.

Essa é a pessoa que alguns cretinos de ultradireita estão transformando em herói que “disse tudo”? Sim, porque, ao fim e ao cabo, é produto do tipo de criação burguesa que está por trás de boa parte dos que entoam esse discurso político cínico, mentiroso e nazista que se opõe aos avanços que o Brasil vem experimentando desde 2003.

Lobão talvez não seja um paciente psiquiátrico como os pais, que lhe enfiaram essas mentiras e delírios na cabeça e que, apesar de suas atitudes de revolta contra eles, o cantor assimilou e até “aperfeiçoou”. Mas ele padece de uma doença social, o cinismo de uma elite que vê a mentira e o logro como ferramentas para “se dar bem”.

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