Cyber Jedis chineses atacam empresas dos Estados Unidos
OS GUERREIROS CIBERNÉTICOS
Os tempos correm em velocidade vertiginosa de videogames. Os EUA ganharam a Guerra Fria nuclear contra a antiga URSS sem disparar um único tiro, mas podem estar levando uma surra na versão cibernética do conflito pela supremacia mundial.
E acredite quem quiser: a nova superpotência virtual é a China, apontada pelos especialistas ocidentais em segurança cibernética como a maior incógnita contemporânea no que se refere a políticas de uso da internet. A agressividade oriental em todas as áreas é conhecida.
Os norte-americanos não admitem publicamente, mas o jornal inglês The Guardian afirmou na série “Batalha pela Internet” que o número de chineses especialistas em crackear computadores e redes virtuais é maior do que o dos engenheiros estadunidenses dedicados ao desenvolvimento de novos programas e equipamentos para computação.
Os crackers chineses são conhecidos também como cyber jedis (guerreiros cibernéticos), numa analogia com os guerreiros do bem na série Guerra nas Estrelas.
No fundamental, a nova versão da Guerra Fria é essencialmente uma guerra por informações onde as armas convencionais passaram a um segundo plano, para desespero de toda a multimilionária indústria bélica mundial.
Os jedis chineses, em sua esmagadora maioria protegidos pelo governo de Beijing, vasculham o sistema financeiro ocidental, as redes de comunicações privadas e governamentais, descobrem vulnerabilidades em bancos de dados, em complexos de energia e transporte, bem como, é óbvio, nos serviços de inteligência militar.
A grande diferença em relação à Guerra Fria nuclear é que agora a busca por informações não está voltada para o botão vermelho da retaliação atômica, mas a um complexo e ainda pouco estudado sistema de tomada de decisões no qual os indivíduos estão sendo substituídos por processos impessoais, como as bolsas de valores.
A balança do poder mundial não depende mais exclusivamente de decisões tomadas na Casa Branca ou no Palácio do Povo, em Beijing.
A descoberta do poder chinês na internet assustou os governos ocidentais, em especial os Estados Unidos e a Inglaterra, onde os seguidores da velha Guerra Fria ainda são muito influentes. (…)
Bobeou, dançou. Segundo a Casa Branca, cerca de 60% das empresas norte-americanas que tiveram seus sites invadidos por crackers acabaram pedindo falência.
Até agora a principal estratégia do Pentágono era criar muros virtuais (firewall) contra invasões de redes de computadores, mas os especialistas já se deram conta que a defesa passiva é inútil, porque a criatividade dos cyber jedis é quase infinita.
Para cada muro criado surgem imediatamente dezenas de opções sobre como derrubá-lo. Por isso a tendência é investir nas ações ofensivas, atacando os centros onde se aglutinam os guerreiros virtuais.
O problema é que a dispersão é enorme nessa área, da mesma forma que o altíssimo índice de privatização das empresas ligadas ao gerenciamento de informações na web complica a ação dos militares, cuja cultura operacional é tradicionalmente centralizadora e vertical. (…)
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