Labirintos da imprensa para dar um nó na pobre cabeça do (e)leitor
ME ENGANA QUE EU GOSTO
Na velha mídia brasileira existem partidos de esquerda, mas nunca de direita. E isso é um elemento claríssimo de perpetuação da indigência jornalística nacional que se protege dessa crítica, aos berros, sob a falácia permanente da defesa da liberdade de imprensa.
CASA DE FERREIRO… ESPETO DE PAU
Por Leandro Fortes *
Em coluna publicada no IG, o jornalista Lucas Mendes, correspondente da TV Globo em Nova York, escreveu o seguinte sobre as eleições norte-americanas:
“O jornal de maior circulação do país é o conservador Wall Street Journal, pró Romney. Dos cinco radialistas com maior audiência, quatro têm sido, disparado, conservadores radicais. Na televisão por assinatura a Fox, voz de Romney, dá uma surra em todas outras juntas.”
A minha pergunta é a seguinte: Lucas Mendes escreveria isso sobre eleições no Brasil? Diria, por exemplo: “O jornal de maior circulação do país é a conservadora Folha de S.Paulo, pró Serra”? Diria o mesmo sobre O Globo, Estadão e Veja? Ou mesmo sobre a TV Globo?
Respondo: Nunca!
A honestidade intelectual utilizada por Lucas Mendes ao falar da imprensa americana e suas relações com os republicanos nos Estados Unidos não se aplica em textos, cá e lá, sobre a política brasileira.
Não trata sequer de espectros ideológicos: na imprensa brasileira existem partidos de esquerda, mas nunca de direita.
E isso é um elemento claríssimo de perpetuação da indigência jornalística nacional que se protege dessa crítica, aos berros, sob a falácia permanente da defesa da liberdade de imprensa.
* Na CartaCapital