O papel da mídia na radicalização do atual processo político
OS MONSTROS DO NOVO SONHO TOTALITÁRIO
A responsabilidade da imprensa pelo acirramento do ânimo político é evidente. Abriram um fosso que se aprofunda. Um dia será impossível a construção de pontes para o retorno à confraternização. Um dia ainda conseguem a guerra civil.
Entramos num caminho perigoso, onde a percepção de uma parcela da população quanto à dificuldade de solução política pela via democrática começa a criar, em mentes menos brilhantes, ideias perigosas de dominação a qualquer preço.
A paz social sempre nos caracterizou, ao ponto de sermos inclusive considerados pusilânimes em comparação a argentinos e chilenos, povos que nunca deram trégua às respectivas ditaduras.
Aqui, ao contrário, os militares sentiram-se totalmente confortáveis na cadeira do poder, sem resistência da população, a não ser uns “chatos” que não chegaram a causar incômodo relevante.
Sempre fomos assim, um povo pacífico. Os que hoje arriscam perturbar essa paz brincam de forma irresponsável com o monstro do sonho totalitário.
Fazem isso porque, ou pensam tolamente que o barulho ainda é incapaz de acordá-lo, ou são idiotas imaginado que lograrão controlá-lo.
O abismo que estão criando é capaz de engolir os dois lados.
É sábia a comparação feita pelo juiz paulista Marcelo Semer do jogo praticado pela imprensa real com aquele retratado no excelente filme “V de Vigança”.
Nele, é dada a ordem para a disseminação do medo pela imprensa que, imediatamente, passa a publicar somente manchetes negativas.
O objetivo? Causar medo na população, disseminar o pânico, para facilitar o caminho daquilo que apropriadamente Semer denomina de “populismo legal”, com o estabelecimento de medidas apresentadas como de “segurança” e de “benefício social”, que, porém, invariavelmente envolvem severa redução das liberdades e dos direitos individuais.
Em todo lugar, em toda a história, a escalada do medo é seguida da ascensão do canto do radicalismo conservador, com o discurso do ódio, da segregação, do preconceito, do endurecimento criminal, do conservadorismo moral, da eterna sensação conspiratória causada pela vigilância de todos por todos.
Sempre envolve imensas perdas e grave retrocesso civilizatório.
Se isso ocorrer, parcela substancial da culpa deve ser atribuída a quem a merece: os jornalistas.
As empresas jornalísticas praticam a política que interessa às corporações que são suas donas, pretendem a subida de um governo mais palatável ao financismo, mais aberto ao capital especulativo. Elas apelidaram isso de “mercado”.
Porém, embora com culpa inarredável, não teriam a facilidade que têm não fosse a extrema leniência, subserviência mesmo, que os jornalistas empregados nesses veículos inacreditavelmente demonstram.
Falta honra, falta vergonha na cara para os jornalistas.
Claro que todos temos medo de perder emprego, lógico que precisamos do ganha-pão. Existem momentos, contudo, em que valores mais elevados do que a mera superação da incerteza se impõem.
Não se imagina que possa um médico empregado realizar uma cirurgia com bisturi enferrujado sob o descabido argumento de que o dono do hospital mandou.
Da mesma forma, não poderiam jornalistas contratados estar compactuando, como em grande parcela estão, com uma ação confessadamente orquestrada pela grande imprensa no papel de oposição, o que violenta os mais elementares princípios da informação que deveriam pautar o jornalismo.
São cúmplices desse desvario político e serão, junto com seus patrões, culpados por toda e qualquer ruptura institucional ou social que eventualmente ocorrer. São co-autores desse crime que está dirigindo a nação para conflitos impensados há poucos anos.
Todavia, afora exemplos admiráveis de jornalistas desvinculados das grandes empresas, muitos atuando no que orgulhosamente chamam de blogs “sujos” ou independentes, o que se vê é timidez, é silêncio obsequioso da categoria. Isso tem nome: trata-se de compactuar por omissão.
E e a partir dessa omissão, o Brasil, um país historicamente pacífico e reconhecido por essa natureza de tranquilidade social, aos poucos vai se metamorfoseando numa espécie de Bósnia da década de 1990.
Ou com outros países cujos profundos conflitos sociais resultaram em facções da população se auto-digladiando em busca do poder ao custo da própria destruição e ruína. Aos vencedores, escombros.
Por Marcio Valley
Diante uma campanha eleitoral marcada por tanto rancor, tanta hostilidade, tanta discriminação, faz sentido a preocupação de muitos segmentos da sociedade com o futuro das relações entre as diferentes correntes políticas, bem como com as diferentes classes sociais e regionais. A mídia está jogando querosene em focos já fragilizados. Eles se fazem de defensores das suas supostas verdades e incitam pessoas provocando-as a se posicionarem quanto a questões que lhes interessam. Nos telejornais, que abrangem um maior número de pessoas, procuram manipular a opinião pública, favorecendo determinados candidatos que se identificam com suas linhas de pensamento. Também se infiltram nas redes sociais, revistas e jornais. Quando se fala em limitar esses espaços abusivos, eles atacam ferozmente, ameaçando a todos que discordam de suas correntes de pensamento. Este processo está caminhando para confrontos mais hostis e até, que estejamos errados, a uma guerra civil. O Brasil não é mais o país alegre e acolhedor de algumas décadas atrás. As pessoas tornaram-se gananciosas, intolerantes e violentas e a mídia contribui bastante para que o Brasil assim esteja. Quando falo intolerantes, não estou me referindo apenas aos que discordam de algumas linhas de pensamento ou que não apoiam o que é contrário aos seus valores, estou falando também da intolerância, da hostilidade da mídia para com essas pessoas e assim por diante. Os espaços de comentários, abertos para noticias, fofocas, etc., é assustador. Jamais se pensaria alguns anos atrás em postar tanto ódio, tanta maldade, em jogar tantas pedras, e o pior é quando você entra nas redes sociais, nas páginas dessas pessoas e se depara com elas sorridentes e “felizes” junto aos seus pais, filhos, etc., como se incapazes fossem de terem postados tanta maldade. Elas são induzidas pela mídia a se posicionarem, a liberarem seus rancores, seus ódios. É assustador!
Vou dizer uma coisa: nós já cruzamos esta linha tênue. E mais: o incêndio vai começar de verdade quando Aécio for eleito e depois começar o processo de impeachment devido ao lamaçal que é sua vida particular e como político. Collor perto dele é uma freira e deu no que deu.
A História, nossa velha e negligenciada professora, nos ensina que os povos sempre tiveram dois caminhos a trilhar para conseguir se desenvolver. O primeiro é o do aperfeiçoamento do conceito de nação e soberania através da valorização de seu povo, suas instituições, sua cultura e seus valores através do trabalho e do estudo. O segundo é quando as sociedades jogam no lixo a primeira opção e são obrigadas a enfrentar uma situação caótica de guerra civil que resulta em feridas para todos os envolvidos e que através da dor e da destruição faz com que optem pela volta ao primeiro caminho.
Eu vejo o Brasil, hoje, caminhando a passos largos pelo segundo caminho porque há uma série de fatores contribuindo para tal. Temos uma mídia podre, uma justiça ainda mais podre, um sistema político que é puro chorume, elegemos as crendices e superstições para o lugar que deveria ser essencialmente da educação e da cultura. Podemos até olhar para trás e analisarmos as origens disto tudo e veremos que a origem primeira é o plano de entregar o país nas mãos de estrangeiros com o consentimento da população e para isto ela vem sendo sistematicamente preparada durante longas cinco décadas através da mídia e da desestruturação do sistema de ensino.
As pessoas não percebem o que acontece porque simplesmente se iludem achando que são informadas e que detém algum tipo de conhecimento mas são, na verdade, analfabetos funcionais diplomados e treinados única e exclusivamente para servirem de engrenagem na cadeia de produção e consumo. O que aconteceu foi que acabaram com a capacidade de pensar e raciocinar e delegaram a títulos e diplomas o papel de ratificadores de um conhecimento aos seus possuidores mas tais títulos são tão podres quanto qualquer precatório porque não tem valor algum se confrontados com a realidade e a demanda por soluções que demandem agilidade de pensamento aliada a conhecimento adquirido.
Neste panorama é fácil termos um exército de robôs mecanicamente mal-formados e prontos para defender a matriz ideológica na qual foram criados e nutridos: a realidade virtual. A realidade deles é a de um país aos cacos, falido e o PT é o próprio mal encarnado. Na sua visão, mesmo o diabo saindo dos infernos se candidatando à presidência é mais digno de confiança do que a candidata do PT porque representa a antítese do conceito que querem derrubar.
Educados por pais que vêem nos filhos seres intocáveis e perfeitos, bajulados por medo ou necessidade em escolas e diplomados em faculdades que nada tem a oferecer a não ser um pedaço de papel que representa o direito a uma série de regalias em nossa sociedade, estes seres caóticos seguem sua trilha tranqüilamente dentro de sua bolha existencial hermeticamente fechada e quando avistam algum tipo de competidor, este automaticamente passa a ser encarado como inimigo a ser eliminado.
O PT foi transformado neste inimigo para que fosse dado o start no programinha de lavagem cerebral que vem sendo feito nestes indivíduos desde lá trás pelos pais, pela escola e pela sociedade em geral. Aqui trata-se muito mais de uma obra de engenharia social e programação psicossocial do que uma crise de coxinhice aguda que assola o povo de tempos em tempos.
Para quem estuda o tema não é difícil entender os passos da programação semiótica feita em massa no país onde estes valores vão sendo introjetados lenta e gradualmente no povo até que ele esqueça por completo as noções universais de certo e errado e bem ou mal. O que vai valer são as associações que ele consiga fazer em seu cérebro e a programação está toda lá dentro feita ao longo dos anos pela mídia que age como a maior ferramenta viva do sistema judaico-sionista que quer transformar o mundo num grande shopping center onde os que não tiverem dinheiro ou utilidade serão barrados e não mais existirão países e nações somente conglomerados executivos voltados à produção e geração de riqueza.
Não haverá mais cidadania mas cada homem ou mulher será um acionista e se seu custo for muito elevado para o sistema empresarial ele será descartado.
Enfim, este é o fim da civilização como nós a conhecemos e o surgimento de algo que vai muito além do que Orwell ou mesmo Kafka poderiam imaginar. E o Brasil é um ótimo centro de pesquisas onde esta teoria foi posta em prática e que agora demonstra seus resultados.
Não foi à toa que a Globo trouxe um dos maiores experts em semiótica da Alemanha, Hans Donner, para trabalhar no Brasil.
Não é à toa que o instituto millenium, talvez a comunidade anglo-sionista mais visível no país, reúna e copte as mentes consideradas as mais promissoras para a sua causa.
Não é à toa que personagens tais como Marina Silva, FHC, Joaquim Barbosa, Joana Sanchez (dissidente cubana), Merval Pereira e toda uma troupe de jornalistas e escritores a serviço do PIG são sistematicamente laureados com comendas e prêmios em dinheiro por organizações estrangeiras que são um dos tentáculos deste grande polvo maçônico anglo-sionista para emprestar um toque de autenticidade e legitimidade aos seus vassalos mais evidentes.
A coisa é séria, muito séria. Há quase 30 anos abandonei o magistério porque antevi naquele sistema carcomido e infestado por pseudo-pedagogos preguiçosos que só diziam que devíamos maneirar nos conteúdos porque os jovens eram muito frágeis para assimilar tanto conhecimento, um esquema macabro de empobrecimento intelectual progressivo e massivo em curso.
Ora, bolas! Não há limites para assimilar conhecimentos! Não há limites quando olhamos para cima. Os limites existem quando olhamos a escala para baixo e é lá que o sistema aprisionou a maioria destes jovens que aí está, nivelando-os por baixo e mantendo-os encapsulados numa bolha de ignorância seletiva que só faz empobrecer cada vez mais a já tão combalida sociedade.
Sou bastante pessimista em relação ao futuro imediato. Vejo o Brasil como peça fundamental num jogo selvagem de interesses que divide o mundo entre capitalistas financeiros e os que querem ter direito à sua auto-determinação enquanto povos e nações.
Nossa auto-determinação e nossa autonomia como nação estão por um fio quando penso que este mauricinho office-boy da maçonaria anglo-sionista pode destruir com algumas canetadas todas as conquistas econômicas e sociais que obtivemos ao longo da última década, provavelmente aplaudido pelos bobalhões que nele votam.
Daí chega a hora de fazer escolhas e, às vezes elas nos são impostas pelas circunstâncias, tal como a História nos ensina. Se quisermos resistir à barbárie é bom que aprendamos a lutar. De verdade. Sem medo de sujar as mãos.