Quem procura um herói na política acaba por eleger um monstro
UM NOVO HITLER SERÁ UNGIDO PELAS URNAS?
“Por que as pessoas comuns, ditas normais, aceitam colocar os destinos do país nas mãos de um monstro? Seguem-no porque, no fundo, são iguais a ele. Todos monstros”.
A pergunta e a resposta, incômodas, vêm do próprio Hitler numa das principais cenas do filme Ele Está de Volta, sobre um hipotético retorno do líder nazista aos dias atuais.
Embora rodado na Alemanha, o enredo também serve de alerta para nós, brasileiros, diante das manifestações da extrema-direita e de grupos reacionários insuflados pela mídia.
Se compreendermos o nazifascismo como o culto a um Estado autoritário, que prega a eliminação a qualquer custo dos adversários e ignora os direitos individuais, então, o Brasil vive um preocupante flerte com essa perigosa forma de governar.
Os Três Poderes rompem com as regras básicas da democracia para instaurar um clima de violência política que nos empurra para um impasse somente visto nesse país quando estivemos sob o regime de exceção das ditaduras civis e militares.
Apesar disso, para a cidadania ainda resta o exercício do voto, se não para interromper, ao menos para amenizar a barbárie que se aproxima. As próximas eleições, conforme o argumento do führer redivivo, poderão revelar o tamanho da nossa monstruosidade.