Sal é a primeira vítima da guerra dos governos contra a obesidade
PACTO PARA REDUZIR SÓDIO EM ALIMENTOS
O Ministério da Saúde firmou com a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação (Abia) o quarto pacto para a redução de sódio nos alimentos industrializados.
Essa é uma forma de o governo diminuir o alto índice de consumo de sal no país, um dos fatores de risco para doenças crônicas como hipertensão e doenças cardíacas.
A previsão é que novos alimentos sejam acrescentados aos três acordos firmados anteriormente, dentro do esforço para controlar o aumento dos índices de obesidade.
Há dois anos, foi assinado o primeiro acordo para a redução do teor de sódio em 16 categorias de alimentos processados, como massas instantâneas, pães e bisnagas.
Em 2012, o termo de compromisso incluiu a redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais.
A recomendação de consumo máximo diário de sal pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é menos de 5 gramas por pessoa.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o consumo do brasileiro está em 12 gramas diários.
Pesquisa feita com mais de 54 mil brasileiros em 2011 mostrou que a hipertensão arterial atingia 22,7% da população adulta.
OBESIDADE MEXICANA
Simultaneamente, no México, o governo começa a travar uma grande guerra contra a obesidade da população. As primeiras vítimas foram os saleiros, que desapareceram das mesas dos restaurantes.
Ninguém sabe dizer com precisão em que momento o país começou a alcançar os EUA em parcela da população que sofre de obesidade.
Mas dados de 2013 mostram estes índices praticamente se igualaram e, hoje, 70% dos habitantes do México estão com excesso de peso e um terço da população entrou na categoria de “obesos”.
No último dia de outubro, o presidente Enrique Peña Nieto iniciou uma campanha nacional de combate ao sobrepeso, qualificando o aumento do número de cidadãos gordos de verdadeira “epidemia”.
O presidente exortou os mexicanos a dedicar-se ao esporte ou pelo menos passear mais — a pé.
Ao mesmo tempo, o Congresso Nacional aprovou decididamente a introdução de um imposto especial sobre bebidas e alimentos considerados “nocivos”.
Qualquer produto alimentício que tenha 275 ou mais quilocalorias por cem gramas, é sujeito a um imposto complementar de 8%.